A SETREM

Conheça a história da SETREM 
“Eu educo hoje com os valores que recebi ontem para pessoas que são o amanhã. Os valores de ontem, eu os conheço. Os de hoje, percebo alguns. Dos de amanhã, não sei. Se uso os de ontem, não educo: condiciono. Se uso os de hoje, não educo: complico. Se só uso os de amanhã, não educo, faço experiências às custas das crianças. Se uso os três, sofro. Mas educo. Por isso, educar é perder sempre, mas perder-se. Educa quem for capaz de fundir ontens, hojes e amanhãs, transformando em um presente no qual o amor e o livre arbítrio sejam as bases. Educa quem for capaz de dotar os seres dos elementos da interpretação dos vários presentes que lhe surgirão repletos dos passados em seus futuros.”
(Artur da Távola)

No final do século XIX chegou ao Brasil uma avalanche de imigrantes procedentes dos mais diversos países da Europa. A fim de assegurar-se da manutenção de sua cultura, traziam consigo um pastor que exercia também a função de professor e poderia manter, então, viva a língua materna e a própria cultura. Foi o caso dos imigrantes alemães. Assim, construíram as escolas ao lado das igrejas.
Uma capelinha, uma escola e um centro social sempre ocupavam lugar de destaque na vida das novas comunidades. Entre elas, em 1918, quando “tudo era mato fechado”, chegaram as primeiras famílias evangélicas, trazendo consigo a Bíblia, o catecismo, o hinário, a fé e a vontade de vencer. Aqui fundaram, na década de 1910 a 1920, a então colônia Santa Rosa-Buricá; hoje, município de Três de Maio.
A escola iniciou as suas atividades em 1922, sendo o Senhor Kreutler o primeiro pastor aqui residente, também seu primeiro professor. As aulas foram ministradas na Casa da Comunidade (Gemeindehaus).
Em 1º de janeiro de 1923 foi filiada à Serra-verband (Associação Serrana das Escolas) e foi decidido, em junho daquele ano, desvincular a sua administração da Comunidade e passar esta atribuição a uma diretoria própria.
Em 1931, a tutela da escola foi transferida a recém-fundada, Sociedade Escolar Santa Rosa (Deutsch – Brasilianischer Schulverein), continuando as aulas a funcionar na Casa da Comunidade. Divergências várias, fizeram com que a Sociedade Escolar Santa Rosa construísse prédio próprio, onde hoje, se encontra a agência do Banco do Brasil.
Em janeiro de 1932, a Comunidade re-encampou a escola, voltando a mantê-la, dando-lhe o nome de Colégio Centenário.
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, após a escola ter sido fechada por alguns meses – 1944 – a Diretoria da Comunidade, reunida em 15 de fevereiro de 1945, resolveu reabri-la, solicitando à Secretaria de Educação um professor e autorização para funcionar com a denominação “Escola Sinodal São Paulo”. Neste período, durante a II Guerra Mundial, a escola ficou fechada por um ano, pois o professor da época havia sido denunciado e preso. A escola devia orientar e preparar as pessoas para a vida.
Idéias para ampliar as ações da escola, aliadas a ajuda do deputado federal Germano Dockhorn e à obtenção de auxílios financeiros tornou possível este desejo. A diretoria da Comunidade Evangélica São Paulo se mobilizou e desenvolveu novos projetos para atuar em novos cursos. Foi criada, então, a SETREM, Sociedade Educacional Três de Maio, em 22 de setembro de 1950, fundada por membros da própria comunidade.
A primeira professora registrada na SETREM, em 1952, foi a professora Brunilda Tesche Matzembacher, e o segundo, o professor Olimpio Deon ( já falecidos). A Escola era mantida através do pagamento de mensalidades e doações. Para complementar a receita eram realizadas festas. Era uma época difícil. Havia cerca de cento e vinte alunos matriculados, dois professores e a primeira e segunda séries funcionavam na mesma sala de aula. Posteriormente a direção da Escola ficou a cargo do Professor Florêncio Berger.
A Instituição, em 10 de maio de 1954, assumiu, além do curso primário, a Escola Normal Rural Presidente Getúlio Vargas, cujo objetivo era preparar professores para o meio rural e contribuir para a transformação das comunidades. Por volta de 1956/57, os professores passaram a receber salários por turno de trabalho. As dificuldades de manutenção eram muitas. Em março de 1964 foram conseguidas as cedências de alguns professores através do governo estadual, viabilizando a continuidade do trabalho.
Desde o princípio, a SETREM e a Comunidade Evangélica São Paulo mantinham as escolas com o único propósito de proporcionar educação à juventude desde o pré-primário e, se possível, até o ensino superior. Com a reforma do ensino promovida pela Lei 5692/71, que determinou profundas mudanças no sistema educacional do País, a Escola “Getúlio Vargas”, cujo Curso Normal Rural, já em vias de extinção, deu lugar, ao Colégio Presidente Getúlio Vargas, com o Curso Técnico em Agropecuária.
Ao longo da sua história foram significativos os auxílios financeiros vindos da Alemanha e dos Estados Unidos da América, intermediados pela Igreja Luterana, com o propósito de melhorar a sua indispensável infra-estrutura.
Diante do crescimento, por volta de 1970, promoveu-se uma organização administrativa mais centralizada e estruturada em dois focos: o Administrativo e o Pedagógico. Posteriormente, em 1973, deu-se a incorporação do Curso Superior de Administração, em convênio com a Universidade Federal de Santa Maria - UFSM.
Em 1975, quando a mantenedora SETREM completou 25 anos, oferecia cursos nos níveis Pré-primário, Fundamental, Médio, Técnico (Agropecuária) e Superior (Administração). Contava então, com aproximadamente 400 estudantes.
A SETREM é uma “associação que tem por finalidade propugnar pela formação cívica, moral, cultural, religiosa, artística, literária e científica do povo brasileiro, organizando, auxiliando ou instalando, dentro de suas possibilidades e sem finalidades lucrativas, instituições assistenciais, culturais, filantrópicas e educacionais com cursos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Educação Profissional de Nível Básico, Técnico e Tecnológico e Ensino Superior” (Art. 2º do Estatuto Social).
Atualmente tem duas mantidas: o Centro de Ensino Médio que oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, 7 Cursos Técnicos e Sinodal Idiomas; e a Faculdade Três de Maio que oferece 8 cursos de graduação, especialização e extensão em 4 áreas. Conta com cerca de 156 professores, 90 colaboradores e 2.050 estudantes. Sua missão é a de “produzir, desenvolver e socializar o conhecimento”.